quarta-feira, 30 de junho de 2010

Homenagem ao Teu CORPO*

"Se não te atrasares demais, posso esperar-te a minha vida inteira."
Oscar Wilde


          Sentir-Te PERTO, corpo delicado como malmequeres em exortação alegre pela claridade do astro-GIGANTE, da estrela-Mãe que nos aquece pelas saliências dos nós dos dedos, pelos declives das faces curvas, pelo estreitar forçado de pensamentos apaixonados...

          Sentir-te LONGE, corpo glacial e morto em meu pensamento, como lírios esquecidos no vazio - pálidos de escuridão na alameda distante, num vigor anormal fora de tempo; erectos em filamentos naturais, doloridos, alheios. Eu, mais que todos, poder-Te-ia imaginar distante e infinito...

          Sentir-Te CORPO malifluamente deitado sobre o meu, bebendo átomos de anemias amorosas - ambos um pássaro de fogo, rasgando cascatas de Sonho, conquistando Distâncias inconcebíveis. Este AMOR num resurgir espontâneo e imediato em descompasso vestido de ritmos. (Tudo o que amei e amo parece-me falso!)

          AH! Continuo SONHANDO-Te magistral, CORPO-príncipe surreal no sono subatomicamente eterno que os deuses te deram em meu pensamento..., dormindo com lábios cosidos em carmim, de olhos desenhados em espanto, de corpo fabricado em algodão. (Teu-todo é um choro de febre que tenho nesta gare!)

Rúben De Brito

*(Homenagem em processo de análise para publicação em livro, título temporário: «O Pierrot Absurdo»)

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